O Coletivo Semeando organiza a Marcha da Maconha em Juiz de Fora e faz parte do DCE da UFJF, junto com o PSTU. Essa carta aberta mostra tanto o burocratismo e o aparelhamento do PSTU nas entidades e na ANEL, como também a que extremo o PSTU pode chegar pra não se "queimar" defendendo propostas que se chocam com a sua base sindical, que o partido tenta mobilizar somente com bandeiras econômicas.
Apesar das formulações dos companheiros beirarem o anarquismo (movimento estudantil "LIVRE", estudantes "autorrepresentados", entidades "atreladas a partidos"), eles estão certos ao criticar o rodo que levaram e entenderam a sua motivação política: capitular à consciência atrasada da maioria dos trabalhadores e não fazer o debate sobre as drogas.
O Coletivo Semeando vem, por meio desta, expressar total repudio a atitude tomada por alguns membros do DCE, no dia 15 de junho de 2012, referente à viagem para Cúpula dos Povos realizada no Rio de Janeiro (RJ) entre os dias 15 a 23 de Junho.
A situação da greve dos professores e técnico-administrativos dificultou a requisição do transporte via Universidade. Durante a semana que precedeu o dia 15 foram realizadas dois dias de campanha financeira a fim de alugar um ônibus que levaria diversos estudantes para as atividades que ocorreriam no Rio de Janeiro durante o fim de semana.
Na campanha financeira estiveram envolvidos vários estudantes - incluindo membros do Coletivo Semeando e do diretório central - que alcançaram certo recurso para o fretamento do ônibus, ficando faltando apenas uma pequena quantia.
Na última hora, o Coletivo Semeando não foi avisado sobre a falta de recursos para a locação do ônibus e foi decido por poucos membros do DCE, sem consultar ninguém mais, que seriam fretadas duas vans nas quais seria dada prioridade pra quem integrasse a Assembleia Nacional dos Estudantes – Livres (ANEL).
O Coletivo Semeando estava disposto, diante da falta de recurso, se avisado, a completar a quantia restante para que todos os estudantes pudessem viajar, para que não ocorresse a consequente situação da exclusão de alguns dos estudantes, que não compunham as entidades PSTU/ANEL. Das exclusões ocorridas, parte foi de membros do Coletivo Semeando - o que foi chamado por alguns de “excluir a malucada”.
Desde o início do ano o Coletivo Semeando e DCE estiveram juntos em algumas atividades, apesar de algumas divergências internas sobre a possível vinculação da tríade (DCE/ANEL/PSTU) à luta por uma política de drogas antiproibicionista, acarretaria em um possível dano com sua base eleitoral - motivo pelo qual foi cortada da carta programa a questão das drogas.
Durante a semana da calourada promovida pelo diretório, a noite de quinta-feira (29/03) esteve sobre a responsabilidade do Coletivo Semeando que organizou a mesa “Legalização das Drogas: o papel do estado na política antidrogas” no Anfiteatro da Faculdade de Direito. No dia 26 de maio, estiveram presentes na MARCHA DA MACONHA JUIZ DE FORA 2012 as três organizações: DCE, ANEL e PSTU – atividade organizada pelo Coletivo Semeando e ativistas independentes.
O Coletivo Semeando acredita que as entidadades não souberam lidar com o debate sobre as drogas e entende essa atitude como a reprodução de um estigma que marginaliza e oprime parte da nossa sociedade. No final, quem sofre preconceito deixa de pertencer ao grupo social e passa a ser apenas “a malucada”.
Defendemos que o movimento estudantil se faça pelos estudantes auto-representados e que nenhuma entidade atrelada a partidos fale em nossos nomes. Somos estudantes LIVRES lutando por LIBERDADE, e não massa de manobra! Se você também fica indignado diante do autoritarismo e da falta de coerência daqueles que se apresentam como seu representante apenas para roubar sua voz, então estamos juntos na luta por um movimento estudantil LIVRE, AUTÔNOMO e INDEPENDENTE!
COLETIVO SEMEANDO, 17/06/12
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