Fonte: Espaço Socialista
Fan Page do movimento Minha UFES, Minha Casa no Facebook:
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AO ESPAÇO SOCIALISTA
APRESENTAÇÃO DO “MINHA UFES, MNHA CASA”
O “Minha UFES, Minha Casa” é um movimento que luta por um novo
projeto de universidade pública, verdadeiramente popular e de qualidade.
Para tal, cremos ser preciso que os filhos dos trabalhadores e os
próprios trabalhadores possam ingressar, permanecer e ter acesso a todos
os espaços e instâncias da universidade. Neste cenário, o movimento
retorna à pauta histórica da moradia estudantil por considerar ser esta
um fator de fundamental relevância na democratização plena do acesso ao
ensino superior. A moradia estudantil na UFES é uma reivindicação
antiga, que inclusive por diversas vezes foi utilizada por candidatos à
reitoria com o fim único de eleger-se.
No dia 1 de agosto de 2012 surge o “Minha UFES, Minha Casa”. Um grupo
de estudantes componentes do Comando Local de Greve Estudantil decide
acampar no campus de Goiabeiras, em Vitória, em protesto contra a falta
de moradia estudantil e para fazer pressão em prol da execução imediata
do projeto de moradia que existe desde 2010, ano do último movimento
por moradia organizado na UFES. O local escolhido para montar
acampamento foi o gramado da portaria norte da UFES, bem em frente à Av.
Fernando Ferrari. Neste espaço, com o apoio do SINTUFES, principal
apoiador do movimento, foram montadas, além das barracas, uma tenda que
era local de encontro e reunião de estudantes e técnico-administrativos.
Neste mesmo local, várias atividades foram desenvolvidas, como grupos
de debate, cinema e oficinas. Mas, pelas dificuldades inerentes ao
próprio local, como vento excessivo que quebrava barracas, falta de
banheiro e água nas proximidades, exposição à chuva, dentre outros, o
acampamento, no seu 36° dia, mudou-se para o vão externo da Biblioteca
Central.
Uma estrutura de barracas, sala e cozinha foi montada e as atividades
continuaram a ser desenvolvidas. Apresentação de filmes, debates e uma
aula-debate com o Prof. Dr. Paulo Scarim, do Departamento de Geografia,
que dividiu com os presentes sua experiência de luta por moradia
estudantil na Universidade Estadual Paulista (UNESP). Após duas
semanas de ocupação do vão da biblioteca, às 14:20h do dia 16 de
setembro de 2012, alegando risco iminente ao patrimônio da Universidade e
acervo da Biblioteca Central, uma reintegração de posse do vão da
biblioteca foi executado, inclusive com a presença arbitrária da polícia
militar. Sem qualquer resistência à ordem judicial, o grupo desmontou o
acampamento e retirou-se do local.
Na terça-feira, dia 18 de setembro de 2012, o grupo decidiu por mudar
mais uma vez. O local escolhido foi um espaço do anexo do CCHN (Centro
de Ciências Humanas e Naturais). A ocupação do local foi acompanhada
pelas guardas federal e patrimonial atuantes na universidade e todo o
possível foi feito para que o acampamento não atrapalhasse o fluxo das
pessoas nem o funcionamento normal dos setores próximos. Deve-se também
destacar que todo o processo de ocupação ocorreu sob o protesto do Sr.
Aníval Luis dos Santos, chefe de segurança da UFES e do Prof. Dr. Júlio
Bentivoglio, vice-diretor do CCHN. Na noite do mesmo dia, às 23:30 h,
quando o campus estava fechado e ninguém mais além dos ocupantes estavam
presentes, o Sr. Aníval abordou o grupo acompanhado de três guardas
patrimoniais afirmando que tinha um mandado de reintegração de posse e
que este era urgente. Questionado sobre onde estava o documento, o mesmo
afirma que não há a necessidade, pois ele próprio era o mandado. Foi
então solicitado que se esperasse ligar para as representações da
reitoria em diálogo com o movimento, mas antes que fosse possível
realizar a ligação, o Sr. Aníval chamou, com um assovio e um aceno, um
grupo de mais de vinte homens com o uniforme da PLANTÃO, que é a empresa
terceirizada responsável pela segurança patrimonial da universidade.
Munidos de cacetetes, tacos de baseboll, armas de fogo, faca, canivetes e
fogos de artifício, os seguranças rasgaram as barracas e, usando
cassetete e tacos, quebraram todas as barracas com todos os pertences
dos estudantes ocupantes (como computador, celular, roupas, livros,
documentos pessoais, dinheiro...). À base de chutes, socos, armas
encostadas na cabeça, cacetadas e violência verbal, os estudantes foram
expulsos do campus, numa clara tentativa de minar o movimento a qualquer
preço. Interessante destacar que durante toda a ação criminosa o Sr.
Aníval Luis dos Santos esteve presente, acompanhando passivamente toda a
violência que ocorria na universidade. Dois dias após a expulsão doa
alunos ocupantes, um professor denunciou ao movimento que um grupo de
docentes e funcionários da ultra-direita da universidade está se
articulando para conseguir, ou se necessário criar, provas para
criminalizar os integrantes do movimento.
O movimento “MINHA UFES, MINHA CASA” entende que ação criminosa e
facista do Reitor, Prof. Dr. Reinaldo Centoducati, é a coadunação e a
perpetuação do modelo falido, perverso e excludente de ensino superior
feito no Brasil. Modelo que é, em sua essência, reflexo da sociedade
brasileira e capixaba. Este movimento se propõe a posiciona-se diante da
pauta moradia estudantil com uma postura firme e afirma, pelo fervor da
vontade de nossos espíritos ser o último movimento por moradia desta
universidade. Quanto à organização do grupo, o movimento se pauta nos
ideais revolucionários libertários em suas metodologias e planos de
ação, sempre se pautando no diálogo e na democracia da voz. Já houve
avanços nesses 53 dias de ocupação no campo da negociação. Sucessivas
reuniões com a vice-reitora, Profª. Drª. Maria Aparecida Barreto, com o
chefe do gabinete do Reitor, Sr. Renato Schwab e com a Pró-Reitora de
Gestão de Pessoas e Assistência Estudantil, Srª Lúcia Cassati resultaram
em avanços na discussão da pauta no sentido de se definir e avaliar
cada possibilidade para solucionar o problema da falta de moradia
estudantil. Alguns documentos sobre a estrutura de prédios da
universidade estão sendo liberados. No momento as discussões continuam,
mas os avanços reais na pauta ainda estão muito aquém do desejado. O
movimento lamenta a falta de vontade política e o completo desinteresse
de nossos gestores para com relação às demandas dos estudantes. A
morosidade e a má vontade por parte da reitoria durante o processo de
negociação foram o único responsável por toda a violência sofrida pelos
estudantes violentados. No momento as atividades do acampamento estão
se concentrando no trabalho de base, com o levantamento da discussão e o
convite dos alunos que necessitam de moradia venham nos apoiar e
efetivamente morar conosco, em nossa residência.
O movimento “MINHA
UFES, MINHA CASA” entende o desafio que está por vir. Mas reitera sua
obstinação de cumprir o que colocou como meta principal que é ser o
último movimento por moradia de nossa tão querida universidade.
Movimento Minha Ufes, Minha Casa
Vitória, 22 de setembro de 2012
QUEM SOMOS NÓS
- Coletivo Lênin
- Somos uma organização marxista revolucionária. Procuramos intervir nas lutas de classes com um programa anticapitalista, com o objetivo de criar o Partido Revolucionário dos Trabalhadores, a seção brasileira de uma nova Internacional Revolucionária. Só com um partido revolucionário, composto em sua maioria por mulheres e negros, é possível lutar pelo governo direto dos trabalhadores, como forma de abrir caminho até o socialismo.
terça-feira, 2 de outubro de 2012
REPRESSÃO NA UFES: CARTA DO MOVIMENTO “MINHA UFES, MINHA CASA"
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