Realizado nos dias 2,3 e 4 de novembro, o Encontro de Negros e Negras da Conlutas teve como uma de suas principais resoluções a construção de um movimento negro que seja um contraponto ao movimento ongueiro de direita. O Coletivo Comunista Internacionalista, através da tese Hora de Lutar esteve presente politizou os debates levantando questões programáticas como o fim do vestibular, o direito à autodefesa dos trabalhadores negros que se sintam ameaçados por grupos neonazistas e a necessidade de se construir a derrota militar das tropas brasileiras no Haiti.
AS POLÊMICAS
Após três dias de intensos debates e atividades culturais, na plenária final surgiram algumas questões polêmicas:
O C.C.I defendia que a Conlutas deve lutar pelo fim do vestibular como única forma de se garantir o acesso à grande maioria de negros e negras que são excluídos da Universidade através do funil social e racial que é o vestibular. O P.S.T.U e o M.T.L defendiam o contrário, dizendo que a Conlutas deve lutar por cotas para negros e negras nas Universidade e que isso não exclui o fim do vestibular. Entendemos que essa formulação, na prática levará a Conlutas a agitar a luta por cotas e deixar o fim do vestibular para ser lembrado apenas “nos dias de festa”.
Outra polêmica que surgiu foi sobre a questão do Haiti. Há quase quatro anos as tropas brasileiras ocupam aquele país para tentar desarmar e derrotar a resistência que se formou após o golpe militar que derrubou o presidente Aristid. O C.CI é pela construção da derrota militar das tropas brasileiras no Haiti. Por isso, defendemos que a Conlutas deve ajudar a resistência haitiana a derrotar as tropas brasileiras. O P.S.T.U e o M.T.L, por sua vez, defenderam que a Conlutas deve apenas fazer atos exigindo a retirada das tropas brasileiras do Haiti e, que agir de outro modo, seria interferir na autodeterminação do povo haitiano.
Outro ponto alto do debate foi sobre a questão da polícia. O C.C.I defende que o papel da corporação polícia é praticar a política nazista da direita exterminando os trabalhadores negros e pobres das favelas. Por isso, a Conlutas não deve dar nenhum apoio às lutas coorporativas da polícia por melhores salários e condições de “trabalho”. Mais uma vez, o P.S.T.U e o M.T.L se emblocaram para dizer que o policial é um trabalhador como outro qualquer e que, por isso, a conlutas deve apoiar suas reivindicações coorporativas.
No final do encontro, foi aprovado um manifesto por um novo movimento negro e a construção de um 20 de novembro classista e socialista.
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